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Exercícios sobre Barroco e Arcadismo com gabarito

Dois períodos literários que são bastante estudados nas primeiras séries do Ensino Médio são o Barroco e o Arcadismo. estudar com exercícios já com gabarito facilitam bastante para que possamos conferir nosso desempenho e, assim, ficarmos naquilo que realmente importa. seja assistindo à aulas em vídeo do Descomplica ou mesmo acompanhando apostilas do Ensino Médio. Aqui no site, além destes exercícios de literatura você encontrará muitos outros e que exigem conhecimento dos variados períodos literários e da forma como estes se apresentam nos vestibulares. O Enem já é, de longe, um vestibular bastante desenvolvido.


Lista de exercícios de Barroco e Arcadismo

Acompanhe a nossa lista de exercícios de Literatura e prepare-se melhor para o Enem. Busque informações sobre a faculdade em que deseja entrar para também se preparar para o tipo de prova que o vestibular próprio da instituição dará. Algumas faculdades, é bom lembrar, usam a nota do Enem, mas ainda mantém seus próprios vestibulares e critérios de elaboração das questões. Há inclusive, aquelas que usam a nota do Enem, mas ainda obrigam os estudantes a elaborar um bom texto dissertativo no Enem como forma de avaliá-los melhor.

 
QUESTÃO 1 (Descritor: Comparar textos e características de diferentes escolas literárias.)

Nível de dificuldade: médio.
Assunto: Barroco X Arcadismo.

Leia os sonetos a seguir.

TEXTO I

Nasce o Sol, e não dura mais que um dia,
Depois da luz se segue a noite escura,
Em tristes sombras morre a formosura,
Em contínuas tristezas a alegria.
Porém se acaba o Sol, por que nascia?
Se formosa a luz é, por que não dura?
Como a beleza assim se transfigura?
Como o gosto da pena assim se fia?
Mas no Sol e na luz, falta a firmeza,
Na formosura não se crê constância,
E na alegria sinta-se tristeza.
Começa o mundo enfim pela ignorância,
E tem qualquer dos bens por natureza
A firmeza somente na inconstância.

http://www.sonetos.com.br/sonetos.php?n=624 (Acesso em 22 de maio de 2010.)

TEXTO II
Olha, Marília, as flautas dos pastores
Que bem que soam, como estão cadentes!
Olha o Tejo a sorrir-se! Olha, não sentes
Os Zéfiros brincar por entre flores?
Vê como ali beijando-se os Amores
Incitam nossos ósculos ardentes!
Ei-las de planta em planta as inocentes,
As vagas borboletas de mil cores.
Naquele arbusto o rouxinol suspira,
Ora nas folgas a abelhinha pára,
Ora nos ares sussurando gira:
Que alegre campo! Que amanhã tão clara!
Mas ah! Tudo o que vês, se eu te não vira,
Mais tristeza que a morte me causara.


http://www.casadobruxo.com.br/poesia/b/bocage64.htm (Acesso em 22 de maio de 2010.)

Assinale a alternativa CORRETA.

a) Os dois sonetos são Barrocos, o que se traduz pela tensão expressa pelo primeiro e pela última estrofe do segundo.
b) Os dois sonetos são Árcades porque as maiúsculas no meios dos versos (Sol, Zéfiros) representam a mitologia.
c) O primeiro texto é Árcade e o segundo é Barroco, visto que o primeiro valoriza as coisas da natureza (bucolismo), e o segundo, as contradições humanas.
d) Nos dois textos, aparece o carpe diem (aproveite o dia, a vida), característica fundamental tanto do Barroco quanto do Arcadismo.
e) O primeiro texto é Barroco, no qual se ressalta a inconstância das coisas, e o segundo é Árcade, em que se explicita o bucolismo.

QUESTÃO 2 (UNB – PAS 2009 – Adaptada) (Descritor: Interpretar o texto á luz do conhecimento tanto da obra quanto da escola literária abordadas.)

Nível de dificuldade: médio.

Assunto: Cartas Chilenas, de Tomás Antônio Gonzaga (NOTA: o vestibular seriado adotou “Tomaz”).
Cartas Chilenas

295 Perguntarás agora que torpezas
Comete a nossa Chile, que mereça
Tão estranho flagelo? Não há homem
298 Que viva isento de delitos graves,
E, aonde se amontoam os viventes
Em cidades ou vilas, aí crescem
301 Os crimes e as desordens, aos milhares.
Talvez, prezado amigo, que nós, hoje,
Sintamos os castigos dos insultos
304 Que nossos pais fizeram; estes campos
Estão cobertos de insepultos ossos
De inumeráveis homens que mataram.
307 Aqui os europeus se divertiam
Em andarem à caça dos gentios
Como à caça das feras, pelos matos.
310 Havia tal que dava, aos seus cachorros,
Por diário sustento, humana carne,
Querendo desculpar tão grave culpa
313 Com dizer que os gentios, bem que tinham
A nossa semelhança, enquanto aos corpos,
Não eram como nós, enquanto às almas.
316 Que muito, pois, que Deus levante o braço
E puna os descendentes de uns tiranos
Que, sem razão alguma e por capricho,
319 Espalharam na terra tanto sangue.

























(Tomaz Antonio Gonzaga. Cartas chilenas. Carta 10.a, versos de 295 a 319, “Em que se contam as desordens maiores que Fanfarrão fez no seu governo”.)

Em Cartas Chilenas, um dos mais importantes textos literários brasileiros do século XVIII, Tomaz Antonio Gonzaga desenvolve, por meio de discurso ácido, irônico e contestatório, a crítica aos desmandos do personagem Fanfarrão Minésio. Assim, entre história e ficção, apresenta um retrato da sociedade brasileira que começava a se organizar naquela época. Com base na leitura da obra Cartas Chilenas e, especialmente, do trecho acima destacado da Carta 10.a, julgue os itens de I a IV.

( ) I. Os recursos literários utilizados pelo poeta nessa obra evidenciam bucolismo, equilíbrio e harmonia, atributos que confirmam a ligação do autor com o estilo de época árcade.
( ) II. Em Cartas Chilenas, o autor busca discutir questões éticas, expressando posicionamento claramente contrário à política que visa satisfazer apenas os interesses pessoais e não, os da coletividade.
( ) III. A Carta 10.a expõe a conduta colonizadora como nociva à nova terra e a seus habitantes, ressaltando que o projeto de colonização era tirânico e espalhava violência na sociedade brasileira nascente.
( ) IV. No trecho acima destacado da Carta 10.a, está pressuposta a ideia de que os desmandos impetrados contra “Chile” representam um castigo, considerando-se, especialmente, a forma como os colonizadores tratavam os índios.


Considerando o julgamento que você fez das alternativas, assinale aquela cuja sequência está CORRETA.

a) F – V – V – V.
b) F – F – V – V.
c) V – V – F – F.
d) F – V – F – V.
e) V – F – V – F.
 

QUESTÃO 3 (Descritor: Interpretar poemas árcades.)

Nível de dificuldade: médio.

Assunto: Cláudio Manuel da Costa.


Cláudio Manuel da Costa (1729-1789) foi um dos maiores poetas do Arcadismo brasileiro. Sua lírica era rica em imagens como pedras, grutas e rochedos (representativas do relevo de Minas Gerais), sendo que, paradoxalmente, cultua ainda certa inconstância barroca e antecipa um sentimento pré-romântico. Além disso, escreveu Vila Rica, poema épico em que conta a história de Ouro Preto.

Leia os textos do autor que se seguem.


TEXTO I

Soneto XCVIII
Destes penhascos fez a natureza
O berço, em que nasci: oh quem cuidara
Que entre penhas tão duras se criara
Uma alma terna, um peito sem dureza!
Amor, que vence os Tigres, por empresa
Tomou logo render-me; ele declara
Contra o meu coração guerra tão rara,
Que não me foi bastante a fortaleza.
Por mais que eu mesmo conhecesse o dano,
A que dava ocasião minha brandura,
Nunca pude fugir ao cego engano:
Vós, que ostentais a condição mais dura,
Temei, penhas, temei; que Amor tirano,
Onde há mais resistência, mais se apura.
http://www.cidadeshistoricas.art.br/hac/bio_clau_p.php (Acesso em 22 de maio de 2010.)


TEXTO II

VILA RICA (fragmento)
“Cantemos, Musa, a fundação primeira
Da Capital das Minas; onde inteira
Se guarda ainda, e vive inda a memória,
Que enche de aplauso de Albuquerque a história.
Tu, pátrio ribeirão, que em outra idade
Deste assunto a meu verso, na igualdade
De um épico transporte, hoje me inspira
Mais digno influxo; por que entoe a lira;
Porque leve o meu canto ao clima estranho
O claro herói, que sigo, e que acompanho:
Faze vizinho ao Tejo, enfim que eu veja
Cheias de Ninfas de amorosa inveja. (...)”
http://www.cidadeshistoricas.art.br/hac/bio_clau_p.php (Acesso em 22 de maio de 2010.)

Analise as afirmativas abaixo:

I. No texto I pode-se observar a imagem do penhasco e o reflexo barroco de um amor tirânico, ambos elementos da poética de Cláudio Manuel da Costa.
II. No texto II, o eu lírico pede inspiração ao pátrio ribeirão para que seu canto faça as Ninfas do rio Tejo ficarem cheias de amorosa inveja.
III. No texto I, o coração é brando em meio aos penhascos; no II, o eu lírico convida a musa para cantar consigo a fundação de Vila Rica.

Está(ão) CORRETA(S):
a) apenas I e II.
b) apenas I e III.
c) apenas II e III.
d) apenas I.
e) I, II e III.


QUESTÃO 4 (Descritor: Acionar conteúdos previamente conhecidos sobre o texto em questão.)

Nível de dificuldade: difícil.

Assunto: Cartas Chilenas, de Tomás Antônio Gonzaga.
Além de sua obra lírica, Tomás Antônio Gonzaga (1744-1810) escreveu interessante obra satírica, as Cartas Chilenas. Nelas, Critilo escreve a Doroteu, apontando muitas críticas. Leia a primeira estrofe.
“Amigo Doroteu, prezado amigo,
abre os olhos, boceja, estende os braços
e limpa das pestanas carregadas
o pegajoso humor, que o sono ajunta.
Critilo, o teu Critilo é quem te chama;
ergue a cabeça da engomada fronha,
acorda, se ouvir queres cousas raras.
“Que cousas (tu dirás), que cousas podes
contar que valham tanto, quanto vale
dormir a noite fria em mole cama,
quando salta a saraiva nos telhados
e quando o sudoeste e os outros ventos
movem dos troncos os frondosos ramos?”
http://lusitanocoelhomg2004.blogspot.com/2008/02/as-cartas-chilenas.html (Acesso em 22 de maio de 2010.)

A partir de seus estudos sobre as Cartas Chilenas, assinale a alternativa que responde a pergunta de Doroteu: que coisas são tão raras que valem tanto quanto dormir em noite fria?

a) Conhecer os problemas vivenciados pela população de Santiago, capital do Chile.
b) Ler as críticas a Fanfarrão Minésio, apelido de Luís da Cunha Meneses, governador de MG.
c) Cavalgar livremente sobre Rocinante, cavalo do governador do país chileno.
d) Conhecer os problemas da atual Ouro Preto, considerando-se que a história é cíclica.
e) Há momento em que o texto, para ser justo, elogia alguns atos do governador.




QUESTÃO 5 (Descritor: Interpretação de um poema árcade.)

Nível de dificuldade: fácil.

Assunto: Liras de Marília de Dirceu, de Tomás Antônio Gonzaga.


Na obra Marília de Dirceu, de Tomás Antônio Gonzaga (1744-1810), o eu lírico ovaciona sua musa Marília de forma contínua, elogiando-a e mostrando-lhe aquilo que lhe pode oferecer, tanto como será a vida que terão juntos. Leia o fragmento a seguir.

Lira III
Tu não verás, Marília, cem cativos
Tirarem o cascalho, e a rica, terra,
Ou dos cercos dos rios caudalosos,
Ou da minada serra.
Não verás separar ao hábil negro
Do pesado esmeril a grossa areia,
E já brilharem os granetes de ouro
No fundo da bateia.
Não verás derrubar os virgens matos;
Queimar as capoeiras ainda novas;
Servir de adubo à terra a fértil cinza;
Lançar os grãos nas covas.
Não verás enrolar negros pacotes
Das secas folhas do cheiroso fumo;
Nem espremer entre as dentadas rodas
Da doce cana o sumo.
Verás em cima da espaçosa mesa
Altos volumes de enredados feitos;
Ver-me-ás folhear os grande livros,
E decidir os pleitos.
Enquanto revolver os meus consultos.
Tu me farás gostosa companhia,
Lendo os fatos da sábia mestra história,
E os cantos da poesia.
Lerás em alta voz a imagem bela,
Eu vendo que lhe dás o justo apreço,
Gostoso tornarei a ler de novo
O cansado processo.
Se encontrares louvada uma beleza,
Marília, não lhe invejes a ventura,
Que tens quem leve à mais remota idade
A tua formosura.































http://pt.wikipedia.org/wiki/Mar%C3%ADlia_de_Dirceu (Acesso em 22 de maio de 2010.)

Sobre o texto lido, analise as alternativas a seguir e assinale a INCORRETA.
a) Marília estará sempre afastada do trabalho.
b) Predomina a imagem do juiz, em detrimento da do pastor.
c) Literatura é um prazer para as mulheres.
d) A imagem do poema é a de um casal descansando.
e) Os olhos da mulher são voltados para o interior da casa.

Gabarito dos exercícios

QUESTÃO 1 E
QUESTÃO 2 A
QUESTÃO 3 E
QUESTÃO 4 B
QUESTÃO 5 D































































































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